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Orgulho mato-grossense: Bruno Bini escreve sua história em Gramado

Há filmes que passam, e há filmes que permanecem. “Cinco Tipos de Medo”, longa do cuiabano Bruno Bini, é daqueles que não apenas se projetam na tela, mas também no coração de quem assiste. No último sábado (23), o Festival de Cinema de Gramado, em sua 53ª edição, rendeu-se à força dessa obra, concedendo-lhe o Kikito de Melhor Longa-Metragem Brasileiro — um dos troféus mais emblemáticos do cinema nacional.

Não parou por aí: a trama, com sua narrativa fragmentada e múltiplas perspectivas, levou também os prêmios de Melhor Roteiro e destacou o talento de Xamã, coroado como Melhor Ator Coadjuvante. Uma noite de reconhecimento que elevou não só um diretor, mas todo um estado que vibra com a ascensão do seu filho artístico.

A crítica tem chamado atenção para a ousadia da montagem e para a forma como Bini conduz o olhar do espectador. Entrelaçando cinco histórias ambientadas na periferia de Cuiabá, o filme expõe fragilidades humanas e, ao mesmo tempo, revela potências invisíveis. É um mosaico de realidades brasileiras embaladas por ritmo, emoção e uma visceralidade rara no cinema contemporâneo.

“Cinco Tipos de Medo” é, antes de tudo, um grito poético. Fala da ausência do Estado, da dor do luto, da vulnerabilidade social — mas também da esperança, da resiliência e da capacidade de resistir. É a arte mostrando que Mato Grosso não apenas faz cinema: faz cinema que importa.

Bruno Bini, ao receber o Kikito em Gramado, não carregava apenas um troféu. Carregava consigo o orgulho de uma terra que aprende a se ver nas telas, que encontra sua própria voz e que, agora, ecoa para o Brasil e para o mundo.

📍 Por Ghonçalo Rodrigo – Portal Enjoy

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